LA PULGA DE OURO
Este ano, pelo Barcelona, o argentino Lionel Messi levou todas: o Campeonato Espanhol, a Liga dos Campeões da Europa, a Copa do Rei da Espanha, a Supercopa da Espanha, a Supercopa da Europa e, no último sábado, o Mundial de Clubes. Além disso, enquanto era aplaudido de pé até por torcedores de equipes quedadas ao talento de “La Pulga”, levava ao desespero o bairrismo de alguns torcedores e a mídia brazuca de forma geral.
Assim, ao contrário do ano passado, quando até o último voto havia uma indecisão entre Messi e Cristiano Ronaldo, quando o português acabou abocanhando o prêmio; este ano não tinha pra nenhum falante do português – nem o “estrelinha” Cristiano Ronaldo nem o previsível Kaká -, como um dos principais craques dentro da equipe espanhola, era óbvio que o craque hermano fosse eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa.
Se alguma dúvida restava era devido a Messi ser amigo de Dieguito Maradona, que sempre se colocou contrário às negociatas dos magnatas da Fifa; mas, como a escolha dos melhores do mundo é realizada por técnicos e capitães de seleções filiadas à entidade, essa dúvida se dissipava.
E Messi não é só o “melhor do mundo da Fifa”, é melhor ainda fora do mundo da Fifa. É melhor não no sentido de superioridade em relação aos outros, mas no sentido de “melhor com os outros”. Desde que apareceu nos grandes campos, seus companheiros sempre afirmaram que Messi é amigo dentro e fora de campo. Não só habilidoso com a bola, mas está sempre bem humorado e sempre mantém uma posição íntegra em relação aos acontecimentos pessoais e coletivos.
MARTA NA TERRA DO “FUTEBOL PRA MACHO”
Se o futebol comercial não estivesse muito bem segmentado no espaço estriado conforme as delimitações de subjetividades duras falocráticas, com a máxima machista-fascista ensignada de berço – “Futebol é coisa pra macho!” -, diríamos que ainda há craques no Brasil. Marta é craque.
Por isso, pelo quarto ano consecutivo, ela é eleita como a melhor jogadora de futebol do mundo, suplantando assim os machos Zidane e Ronaldo “Jaca”, como também, no feminino, a alemã Birgit Prinz, ganhadora do prêmio nos anos de 2003, 2004 e 2005.
Mas Marta, tal qual Messi, não estava interessada na disputa individual, e aproveitou para utilizar-se politicamente da conquista, enfatizando a luta do futebol num país ainda muito machista, onde as modalidades esportivas femininas são tidas apenas como apêndice da masculina. “Eu estou realmente surpresa. É inevitável não me emocionar neste momento. Agradeço também às minhas companheiras do Los Ageles Sol e do Santos e espero que esse prêmio sirva de incentivo para o futebol feminino”.
Pra quem vê Marta jogar, sabe que a tacanha seleção de Dunga, por exemplo, não teria nenhuma chance diante dessa cracaça.
UMA DENDECADA DE CRISTIANO RONALDO
E não deu mesmo para os machos brasileiros. Cristiano Ronaldo levou a melhor sobre Nilmar e Grafite. A dendecada do ano, também chamada de gol pelos locutores subvencionados, foi uma do meio da avenida que ele fez quando ainda atuava pelo Manchester United, contra o Porto na Copa dos Campeões Europeia, em cima do goleiro brasileiro Hélton. Com esse gol, Cristiano levou o Prêmio Ferenc Puskas, criado pela Fifa para premiar o gol mais bonito do ano.
Não é daquelas que o craque Moca faz no campo Valdir Moraes, na zona Leste de Manaus, mas é uma bela dendecada…
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